Experiências educativas e construção de fronteiras sociais

Período: 
2004-2007
Coordenação: 
Ana Maria F. Almeida
Financiamento: 
Ministère de la recherche, França
CNPq (Edital Institutos do Milênio)
Este projeto tem por objetivo estudar, em contextos nacionais e sociais diferentes, os efeitos das experiências educativas sobre a construção e a redefinição de fronteiras entre os grupos sociais. Ele levará em conta principalmente, por um lado, as experiências educativas das famílias e dos jovens e, por outro lado, as estruturas periescolares e as associações, sem ignorar, evidentemente, a importância da escola, dos professores, ou o peso crescente das mídias. Trata-se do ramo brasileiro de uma pesquisa comparativa que focaliza, além do Brasil, a França, a Suécia e a Romênia. Para alcançar esse objetivo, nós propomos uma reflexão crítica sobre os conceitos e os métodos relativos à educação e seus efeitos, e um estudo empírico dos modos de apropriação das representações e dos princípios de classificação que afetam os processos de tomada de posição e de escolhas, escolares, políticas e éticas, principalmente, que podem constituir a base da construção de fronteiras sociais. As fronteiras podem ser definidas, provisoriamente, como as formas objetivas de diferenças sociais que se manifestam no acesso desigual aos recursos materiais e simbólicos, bem como de sua distribuição desigual; suas incessantes redefinições podem dar lugar a lutas e conflitos. A noção de experiência remete à pluralidade de contextos, situações e percursos nos quais a educação, no sentido amplo do termo, se dá, revelando ao mesmo tempo a diversidade de formas em que uma mesma situação educativa pode ser vivida pelos atores implicados. Não se trata somente de relembrar que a educação não se reduz à escolarização, mas também de acentuar o fato de que ela é resultado de um trabalho de construção coletiva, no qual a reflexividade dos atores é um dos elementos chaves.